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25 de mai. de 2016

Sob pressão, Michel Temer quer acelerar impeachment para virar efetivo



Conforme avaliação de aliados do presidente em exercício, quanto maior o período de interinidade de Michel Temer maior será a possibilidade de enfrentar novas crises e, consequentemente, facilitar volta de Dilma Rousseff 

Pressionado após o primeiro grande escândalo do governo interino, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), ao lado de aliados, estuda uma reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para ajustar uma data para encerrar o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Discussão da possibilidade foi feita ontem em reunião em Brasília.

Parlamentares ligados ao peemedebista relatam que a demora no andamento do julgamento da petista atrapalha o atual governo. O episódio do afastamento do ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), após divulgação de gravação com o cearense Sergio Machado, alimenta a tese de apoiadores de Dilma para que ela retome o cargo. A leitura é a de que quanto maior o tempo de interinidade de Michel, maior também serão os riscos de o governo não conseguir permanecer.

O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e reuniu o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), e os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Rogério Rosso (PSD-DF), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

De acordo com um dos parlamentares, a não titularidade de Temer lhe tira poder político em um momento que precisa se firmar e aprovar medidas impopulares, além de dar margem a eventuais movimentos para a volta de Dilma, como o iniciado com a queda de Jucá.

O grupo que se reuniu com o presidente defende a aceleração da tramitação no Senado. A expectativa até agora é a de um desfecho até setembro. Como presidente do STF, Lewandowski comanda essa fase de tramitação do impeachment, em que Dilma está sendo processada no Senado.

Dificuldades
Ainda de acordo com os relatos, Temer atribuiu as dificuldades iniciais à necessidade de tomar variadas medidas, em todas as áreas e, também, à situação provisória de interinidade. “Sou uma consequência da Constituição”, disse o presidente, segundo deputados, em referência à previsão constitucional do impeachment. 

O PT e aliados dizem que, ao trabalhar para ter os votos para afastar Dilma, Temer liderou um golpe legislativo. Na reunião, deputados e Temer também discutiram formas de ajustar a relação governo-Câmara nesse início de administração interina.

Deputados apontaram falhas, como demora na reunião do ministro Geddel Vieira Lima (Governo) com os líderes partidários, a não indicação dos vice-líderes na Câmara, e uma combinação prévia com sua base de apoio para minimizar manifestações como a de segunda, quando o presidente interino foi submetido a um coro de “golpista” ao ir ao Senado entregar o projeto de revisão da meta fiscal.
Informações o povo

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